Monemvasia é uma ilha rochosa, tipo Gibraltar, ao largo da costa leste do Peloponeso, na província de Lacônia, na Grécia, que na verdade constitui de uma fortaleza medieval com uma cidade próxima a ela.
A ilha tem cerca de 300 metros de largura e um quilômetro de comprimento e se eleva em um platô, a cem metros acima do nível do mar. Na encosta deste planalto, do lado do mar e escondido do continente, fica uma pequena cidade. Esta cidade de muralhas incrivelmente românticas, aninhada sob a sombra da imponente rocha, é um museu vivo de história bizantina, otomana e veneziana que remonta ao século XIII. Seu nome deriva de duas palavras gregas, mone e emvassi, que significa “entrada única”. Foi chamado Malmsey por antigos escritores ingleses, Napoli de Malvasia pelos venezianos e Malvoisie pelos franceses.
A ilha foi inicialmente estabelecida no topo do planalto, que agora é conhecida como a “Cidade Alta”. Gradualmente, o povoado se espalhou morro abaixo, e graças a sua posição única e bem defendida, tornou-se uma cidade poderosa. Nos dias de declínio do Império Bizantino, Monemvasia tornou-se sua principal cidade e um dos grandes centros comerciais do mundo bizantino e um importante porto comercial, com uma população de 40.000 habitantes. No século XVIII, Monemvasia entrou em declínio até ser redescoberta pelos turistas nos anos 70.
A ilha foi colonizada no século 6 pelos bizantinos, em sua maioria habitantes da antiga Lacônia, que buscavam refúgio dos invasores eslavos que dominaram grande parte da Grécia entre 500 e 700 dC. A ilha rochosa foi separada do continente por um terremoto em 375 dC e permaneceu em posse bizantina por quase setecentos anos, até ser capturada pelos francos em 1249, após um cerco de três anos. No entanto, retornou às mãos bizantinas dez anos depois e se tornou o principal porto do déspota de Mystra.
Quando o resto da região foi capturado pelos turcos em 1460, Monemvasia permaneceu ilesa, colocando-se sob o controle do papado (1460-1464) e, posteriormente, sob os venezianos (1464-1540). Em 1540 os turcos ganharam o controle de Monemvasia depois que os venezianos abandonaram sua guarnição. Embora Monemvasia tenha experimentado declínio sob o controle turco, passou por um renascimento quando retornou às mãos de Veneza entre 1690 e 1715.
Na Guerra da Independência, Monemvasia foi a primeira das principais fortalezas turcas a cair após um cerco de quatro meses em julho de 1821. Em 1º de agosto de 1821, vencidos pela miséria e pela doença, os turcos concordaram em se render a Demetrios Ypsilantis.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Brigada Neozelandesa 6, com vários milhares de homens, foi evacuada com sucesso em 28 de abril de 1941, principalmente da calçada e dos dois píeres. Logo depois, os alemães entraram em Monemvasia, que não foi usada como posição defensiva, mas como um lugar para que os soldados feridos se recuperassem.
Hoje, um passadiço liga a cidade do continente de Nova Monemvasia a Monemvasia ou Kastro (castelo). O Kastro é dividido em uma cidade baixa e alta. Muitas ruínas das 800 casas originais e apenas quatro das quarenta igrejas originais podem ser encontradas na cidade baixa. Entre elas está a Igreja do Elkomenos Christos (Cristo Dragado), que leva o nome de um famoso ícone de Cristo dado em 1700 à igreja por Andreas Likinios, filósofo e médico-chefe do governante da Moldávia, Dimitirs Kandimir. A igreja mais antiga é a de São Paulo, que foi construída em 956 e hoje abriga o museu. Mais adiante, em direção ao extremo leste da cidade baixa e mais perto do mar está a caiada Nossa Senhora Chrisafittisa, que foi construída no século XVI.
Bem acima, as muralhas do castelo protegem a cidade alta, no cume. Lá pode-se ver os restos de casas bizantinas e edifícios públicos e uma grande cisterna que garantiu o abastecimento de água em tempos de cerco. Um caminho em ziguezague fortificado da parte alta da cidade leva à Fortaleza de Goulas, no cume, com vista para a cidade. Sua entrada se faz por um túnel que ainda retém os portões de ferro. Entre as ruínas das casas e cisternas da acrópole da cidade alta, se ergue Santa Sofia, uma igreja bizantina fundada por Andronikos II Paleologos em um plano semelhante ao de Dafni em Atenas. Esta igreja octogonal do século XII é o principal monumento de Monemvasia e o seu encanto e magnificência permanecem intactos.
Chegando a Monemvasia:
Existem duas rotas que você pode tomar para chegar a Monemvasia de carro. A primeira e mais curta (320 km, cerca de 3,5 horas de Atenas) é via Tripoli e Esparta, enquanto a segunda e mais cênica, é via Argos, Astros, Leonidio, Kosmas, Geraki e Molai e dura cerca de 5 horas.